domingo, 2 de junho de 2013

Estação de Caminhos de Ferro da Porcalhota


O modesto lugar da Amadora reduzia-se a algumas quintas, meia-dúzia de pardieiros e uma venda. 

Estes obscuro lugarejo localizava-se a um quilometro, se tanto, da aldeia da Porcalhota. Tão ignorado e humilde era este lugarejo chamado de Amadora que, ao proceder-se à construção da linha de ferro de Lisboa a Sintra (1887), ninguém se lembrou de dar o seu nome à estação edificada naqueles terrenos.

Como a Porcalhota era a povoação mais importante ali próxima, batizaram a estação com seu nome e , não de Amadora, onde efetivamente a estação foi edificada.

Apenas em 1908, devido a um petição efectuada em 1907, por Eduardo Ferreira do Amaral ao Rei D. Carlos, o nome da estação mudou para Amadora.

Bibliografia:
-> "Amadora - Jornal comemorativo da inauguração dos Recreios Desportivos da Amadora" (1912)
-> Site da ARQA - Associação de Arqueologia e Protecção do Património da Amadora



quinta-feira, 16 de maio de 2013

"A malta da Rua dos Plátanos" - Um romance inspirado na Amadora


António Garcia Barreto é um escritor amadorense. Publicou "A malta da Rua dos Plátanos" baseado na sua experiência de vida dos anos 50 na cidade da Amadora.

O AD perguntou-lhe: "Qual era a rua que o inspirou (Rua dos Plátanos é um nome ficional) e de que forma a Amadora se enquadra com o romance ?

O escritor, amavelmente, respondeu:

"Embora a "rua" fossem várias, a que serviu de matriz para a Rua dos Plátanos foi a Rua Diogo Bernardes, na parte "velha" da então vila.
A Amadora dos anos 50 foi em grande parte o cenário onde decorre o enredo do romance, escrito ainda sob influência do neo-realismo e de "Esteiros", de Soeiro Pereira Gomes. As personagens (a Malta) são um pouco os filhos e netos daquela gente que edificou a Amadora. Não ainda os operários que vieram mais tarde, mas a classe média dos funcionários e dos empregados de companhias sediadas em Lisboa, os pequenos comerciantes e os empregados de comércio, que viviam na vila. Os lugares, mais ou menos transfigurados, nasceram da memória dessa Amadora, que não é assumida no livro, porque existiam outras "Amadoras" no perímetro da capital. Mas a vila foi a matriz para escrever o livro."

[Título: "A Malta da Rua dos Plátanos" | 255 pág. | Autor: Garcia Barreto | Editora: Caminho]






domingo, 12 de maio de 2013

O topónimo Reboleira


Alguns dos topónimos da Amadora, têm origens agrícolas: Alto Maduro, Salgados e eventualmente Reboleira.

Apesar da versão de José Mendes Hormigo, atribuir o nome de "Reboleira" ao facto de Vasco Martins Rebolo (Séc.XIII) ter sido proprietário de terrenos agrícolas nessa área, Reboleira significa também a zona mas densa e espessa de uma seara. Esta parece-nos ser a razão mais correta do topónimo "Reboleira".

[Foto do Arquivo Mário Carvalho (a quem o "Amadora Desaparecida" muito deve)]


sexta-feira, 8 de março de 2013

As mulheres amadorenses do princípio do século XX

Hoje celebra-se o dia Mundial da Mulher. No início do século XX, também na Amadora se manifesta a alvorada da emancipação feminina na sociedade portuguesa. No trabalho e no lazer, as mulheres amadorenses mostram que são um contributo decisivo para a comunidade.


Neste extrato da Illustração Portuguesa (II série - nº555, 1916-10-09), pode tomar-se a consciência que na Amadora, do início do Sec.XX, a mulher vivia já momentos de emancipação - ainda que esta dinâmica ocorre-se apenas em determinados grupos sociais.




Na Fábrica de Espartilhos Santos Mattos (1902) na Amadora, as mulheres eram uma força de trabalho muito importante na primeira fábrica de grandes dimensões amadorense. Amadora que viria mais tarde, a ser o mais importante pólo da cintura industrial de Lisboa.


quarta-feira, 6 de março de 2013

Clube Futebol Estrela da Amadora (1932-2012)


Foi fundado a 22 de Janeiro de 1932 por um grupo de sete jovens Amadorenses que partilhavam a paixão pelo futebol, reza a história que um deles, Júlio da Conceição, apontando as estrelas no céu deu a ideia para o nome do clube, o que foi aceite por todos. Apesar das dificuldades iniciais o clube resistiu, tendo feito o seu primeiro jogo contra o Palmense, clube da Palma de Baixo, tendo o Estrela vencido por 2-1, curioso foi o facto dos jogadores Estrelistas terem caminhado até ao estádio do adversário, o que serviu de aquecimento.


O equipamento tricolor do CF Estrela da Amadora tem como origem o facto de 2 ilutres individualides do Fluminense terem visitado o clube. em 1952, e terem oferecido 3 conjuntos de equipamentos "à fluminense". Na época da foto (1939), o equipamento era uma camisola azul com uma risca horizontal verde, calção branco e meias verdes.






Fontes:

Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_de_Futebol_Estrela_da_Amadora
Fotos - Facebook de Mário Carvalho

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Amadora, uma história

Desde o Neolítico à atualidade, a Amadora foi sempre um lugar especial. Encaixada entre vales, as terras são férteis e a sua salubridade, exemplar. A proximidade da capital torna-a cosmopolita ou, no século XIX, uma estância de veraneio. A sua fertilidade terá tornado-a humanizada pelas civilizações sustentadas apenas pela agricultura e a criação de gado (Necróple de Carenque). No início do século XX, torna-se num dos pontos fulcrais da cintura industrial de Lisboa. De todo o pais, mas sobretudo do Alentejo, Beiras e Ribatejo, ingressam na Amadora milhares de famílias para trabalhar nas fábricas, cuja Sorefame e a Celcat são apenas dois casos muito representativos. Mais tarde a construção de vários pólos habitacionais e uma nova diáspora agora vinda dos PALOP, mais intensivamente de Cabo Verde, faz crescer a cidade e sobretudo aumentar a sua densidade populacional. 

Na minha opinião, a Amadora tem sido mal julgada nos últimos tempos e a auto-estima dos amadorenses tem sofrido com essa campanha. Se os bairros clandestinos são uma debilidade urbanística em vias de extinção, lembremos as instituições que dignificam a cidade: Escola Superior de Teatro e Cinema, Estado Maior da Força Aérea (EMFA), Academia Militar, Regimento de Comandos, Festival Internacional de Banda Desenhada e Associação Juvenil Moinho da Juventude. Relativamente, ao EMFA, há que referir que foi exatamente na Amadora que surgiu a primeira unidade operacional de aviação civil em Portugal.

Ainda na história da Amadora, pontuam um conjunto de personalidades ligadas ao espírito renovador que mediou o final da monarquia e o início da primeira republica. Entre eles, destacam-se Roque Gameiro, Delfim Guimarães, Cardoso Lopes. E mais tarde, o cientista-inventor Manuel António Gomes - conhecido também pelo Padre Himalaia.  

Necrópole de Carenque



Primeira unidade de aviação operacional em Portugal


Metropolitano - Construção de ML79 - Sorefame
Casa do aguarelista Roque Gameiro