Desde o Neolítico à atualidade, a Amadora foi sempre um lugar especial. Encaixada entre vales, as terras são férteis e a sua salubridade, exemplar. A proximidade da capital torna-a cosmopolita ou, no século XIX, uma estância de veraneio. A sua fertilidade terá tornado-a humanizada pelas civilizações sustentadas apenas pela agricultura e a criação de gado (Necróple de Carenque). No início do século XX, torna-se num dos pontos fulcrais da cintura industrial de Lisboa. De todo o pais, mas sobretudo do Alentejo, Beiras e Ribatejo, ingressam na Amadora milhares de famílias para trabalhar nas fábricas, cuja Sorefame e a Celcat são apenas dois casos muito representativos. Mais tarde a construção de vários pólos habitacionais e uma nova diáspora agora vinda dos PALOP, mais intensivamente de Cabo Verde, faz crescer a cidade e sobretudo aumentar a sua densidade populacional.
Na minha opinião, a Amadora tem sido mal julgada nos últimos tempos e a auto-estima dos amadorenses tem sofrido com essa campanha. Se os bairros clandestinos são uma debilidade urbanística em vias de extinção, lembremos as instituições que dignificam a cidade: Escola Superior de Teatro e Cinema, Estado Maior da Força Aérea (EMFA), Academia Militar, Regimento de Comandos, Festival Internacional de Banda Desenhada e Associação Juvenil Moinho da Juventude. Relativamente, ao EMFA, há que referir que foi exatamente na Amadora que surgiu a primeira unidade operacional de aviação civil em Portugal.
Ainda na história da Amadora, pontuam um conjunto de personalidades ligadas ao espírito renovador que mediou o final da monarquia e o início da primeira republica. Entre eles, destacam-se Roque Gameiro, Delfim Guimarães, Cardoso Lopes. E mais tarde, o cientista-inventor Manuel António Gomes - conhecido também pelo Padre Himalaia.
 |
Necrópole de Carenque |
 |
Primeira unidade de aviação operacional em Portugal |
 |
Metropolitano - Construção de ML79 - Sorefame |
 |
Casa do aguarelista Roque Gameiro |